Natal acelera as vendas
Época mais esperada para o setor supermercadista, o fim de ano não deve decepcionar os lojistas. De acordo com estudos feitos pela Associação Paulista de Supermercados, as vendas para este Natal devem ter um crescimento real de 1,5% a 2% em relação ao ano passado.
“Apesar de tímido, o aumento é importante em um ano que teve muitas turbulências para o setor e cria expectativas positivas para 2019”, explicou o economista da APAS, Thiago Berka.
O aumento das vendas deste ano está baseado na lenta recuperação do emprego formal que, apesar de não estar ideal, já soma 603.368 vagas líquidas até setembro deste ano contra 98.619 do mesmo período do ano passado. No desemprego geral, a queda comparada do trimestreentre dezembro de 2017, janeiro e fevereiro de 2018 foi de 12,6%. No momento está em 11,9% (trimestre de julho, agosto e setembro) e com tendência de queda com a chegada das contratações temporárias.
Além do desemprego,outro fator que mantém o otimismo das previsões é a variação na cotação do dólar,que deverá ter um efeito de maiores preços em alguns itens vendidos com a correção de tabela feita pela indústria nos últimos meses considerando persistência do câmbio em níveis acima de R$ 3,70 (chegando até 4,20 em alguns momentos).
“Este efeito pode inibir o volume de venda de alguns produtos, mas ajuda na elevação do ticket médio e poderá compensar parte das perdas do ano passado com a forte deflação obtida em 2017, que foi de 2,30% de queda nos preços”, comentou Berka.Outro ponto que pesa no bolso do consumidor e deve impactar nas vendas no fim de ano sãoosconstantes aumentos nos combustíveis e energia. Com isso, o orçamento para gastos extrastende a ficar ainda mais apertado.
Preços
A deflação dos alimentos ficou para trás após o recorde de safra obtido pela agroindústria em 2017. Este ano, observa-se um cenário mais difícil de preços causados principalmente pelo dólar e a uma safra, ainda que muito boa, menor que a do ano passado. O dólar causou aumentos na cadeia como um todo desde insumos de produtos químicos até os da agricultura como o trigo, e também deixou mais atrativa a exportação do que escoar a produção no mercado interno.
Veja o comportamento dos itens mais consumidosno Natal:
Panetones:os panificados demonstram aumento em 2018, até outubro, de 4,74%, e, nos últimos 12 meses, de 4,92%. O dólar alto fez com que o preço se acelerasse devido ao trigo importado e a previsão é que os panetones tenham um aumento de até 5% comparado ao ano passado. A expectativa de venda de panetones nos supermercados é de um aumento de 10%.
“Os panetones sãoum dos símbolos do Natal no Brasil. A indústria, percebendo isso, reinventou o produto com diversas variações de sabores, formatos e agregando suas marcas líderes ao produto. Esta mudança fez com que a penetração de panetones nos lares do país subissem para 53%”, comentou Berka.
Peru e Chester:o preço do peruapresentou queda de 6,22% nos últimos 12 meses e no acumulado de 2018 está com redução de 5,70%. Haverá um aumento de preço natural em novembro e dezembro por conta da demanda da época, mas, ainda assim, eles devem permanecer mais baratos que no Natal de 2017.
Espumantes:demonstram aumento de preços no acumulado do ano de 4,99%. Para o Natal, os preços devem seguir esta tendência de alta observada ao longo de 2018.
Vinho: os vinhos cresceram 5,31% no ano de 2018 puxados pelo aumento forte do câmbio. Para o Natal deste ano o consumidor irá observar preços maiores que em 2017 e deve optar por rótulos nacionais ao invés dos importados. Assim como o espumante, os três últimos meses do ano concentram a maior parte das vendas da bebida.
Cerveja:imune aos aumentos do câmbio e com a crescente concorrência no setor, as cervejas são uma boa opção para o consumidor neste ano. No acumulado de 12 meses está com deflação de 0,97%.
Azeite e outros condimentos:o preço do azeite subiu bastante nos últimos 12 meses, terminando em setembro com acréscimo de 15%. Produto importado e que o brasileiro utiliza com maior intensidade no Natal, vai sofrer com câmbio e com o aumento de demanda, que deve fazer os preços aumentarem.Nosmeses de novembro e dezembro deve ocorrer leve alta pela sazonalidade natural de fim de ano:de3% a 5% no acumulado de dezembro.
Doces:têm no Natal a segunda melhor data para a indústria. A compra de chocolate como presente alavanca o setor, por ser uma forma mais em contade presentear, uma vez que agrada a todos os tipos de pessoas.Os preços estão em queda de 2,01% no acumulado de 12 meses. Porém, até outubroa alta é de 0,94%.
Frutas de época:o resultado das frutas de época foi de 6,04% de aumento de preços no acumulado de 12 meses. Historicamente, nesta época do ano,o preço destas frutas cai, beneficiando o consumidor.